A fusão acertada a nível nacional entre o PSDB e o Podemos pode impactar fortemente a política na Bahia a partir do próximo mês. Os tucanos, na oposição aos governos petistas no estado desde 2009, podem acabar retornando à base aliada governista após 16 anos.
Segundo informações obtidas pelo Portal A TARDE, o acordo nacional não ignorou as questões estaduais. Em alguns estados, a costura foi complicada, com PSDB e Podemos tomando posições bem opostas de qual caminho seguir. Mas, na Bahia, o ajuste foi costurado de maneira tranquila, com as participações do deputado federal Adolfo Viana (PSDB) e do superintendente da Defesa Civil da Bahia, Heber Santana (Podemos).
A ideia é que, respeitando os acordos firmados pelo PSDB, a nova legenda apoie o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), mas também integre a base aliada do governador Jerônimo Rodrigues (PT), conforme ajustado pelo Podemos em 2022.
ssa movimentação poderia as bancadas de oposição na Câmara Municipal de Salvador, com os vereadores Randerson Leal (Podemos) e João Cláudio Bacelar (Podemos), e mais radicalmente na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), com os deputados estaduais Jordávio Ramos (PSDB), Paulo Câmara (PSDB) e Tiago Correia (PSDB) — este último, atual líder oposicionista na Casa.
Na Câmara, essa movimentação é vista como mais tranquila, já que, mesmo integrando a oposição, Randerson e Bacelar possuem um perfil mais independente. Já na Alba, há um receio de que os deputados tucanos criem resistência para a mudança.
Pensando nessa possível resistência dos tucanos mais vinculados a ACM Neto (União Brasil), a articulação política do governo Jerônimo já vislumbra um possível reforço do PSDB-Podemos. A ideia é que alguns deputados do PP, insatisfeitos com a iminente federação com o União Brasil, sejam filiados à nova legenda, fortalecendo o governismo internamente.
Presidente do PSDB na Bahia, Tiago Correia foi procurado pelo Portal A TARDE neste domingo, 20, para falar sobre as consequências da fusão partidária no estado, mas não respondeu às mensagens nem atendeu aos telefonemas.
Paquera antiga
Um namoro do PSDB com o governo Jerônimo já havia sido iniciado em 2023, após a filiação do presidente da Câmara Municipal de Salvador, o vereador Carlos Muniz. As conversas não foram para frente e os tucanos seguiram fazendo oposição à gestão estadual.
Agora, com a fusão com o Podemos, partido que integra o governo Jerônimo, surge uma nova oportunidade de aliança entre os tucanos e a administração petista no estado. O próprio Muniz é entusiasta da ideia, já indicando em declarações à imprensa que, atualmente, votaria pela reeleição do governador.
Fonte: A TARDE