20 de maio de 2025 14:32

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Crise na Associação 3 de Julho: Denúncias de Agressões, Intimidações e Violações de Direitos

Eunápolis BA) — 6 de abril de 2025

A manhã de domingo foi marcada por tensão e protestos na sede da Associação 3 de Julho, onde associados se reuniram para denunciar uma série de irregularidades que, segundo eles, vêm comprometendo o funcionamento democrático da entidade. Os manifestantes contestam a realização de uma assembleia que teria ocorrido de forma irregular, sem a participação efetiva dos sócios, e sob o uso de força e intimidação.

De acordo com relatos, o grupo liderado pelo advogado Jota Batista teria tomado posse da sede com o auxílio de seguranças particulares, impedindo a entrada de associados legítimos e permitindo a participação de pessoas sem vínculo com a associação. A ação, segundo os membros, configura uma grave violação dos direitos associativos previstos em estatuto e no Código Civil.

Clima de medo e perseguições

Antiga referência de organização comunitária, a Associação 3 de Julho atravessa o que seus membros descrevem como uma das piores crises de sua história. Denúncias graves incluem agressões físicas e verbais, perseguições, constrangimentos ilegais e condições degradantes em assembleias realizadas fora da sede.

Os associados apontam como principais responsáveis pelo clima de tensão o advogado Jota Batista e o policial militar Marcelo Santana Moreira. Ambos estariam agindo por interesses políticos e financeiros. Há acusações de que Marcelo teria se passado por advogado para captar clientes de forma ilegal.

Inicialmente, o grupo teria atuado em conjunto com o ex-presidente Raimundo Libertino dos Santos, o “Caboclo”, atualmente alvo de diversas acusações e com reputação fragilizada. Com o desgaste de sua imagem, os líderes passaram a se apoiar em João Waguimaker, conhecido como “João do SAC”, que, apesar de não ocupar nenhum cargo oficial, vem conduzindo assembleias e articulando ações políticas e jurídicas em nome do grupo.

Reintegração sem ordem judicial e cerceamento de direitos

Os denunciantes relatam que, mesmo sem decisão judicial favorável, o grupo promoveu a reintegração forçada da sede da associação. Desde então, seguranças privados têm impedido o acesso dos associados ao local, enquanto pessoas não associadas participam livremente das assembleias.

Nos dias 2 de fevereiro e 2 de março deste ano, mais de 80 associados foram impedidos de entrar na sede e obrigados a realizar reuniões ao ar livre, em condições precárias, sem cadeiras, água ou banheiros. As denúncias destacam a exposição de idosos, pessoas com deficiência e mães com crianças de colo a situações de risco e vulnerabilidade.

Relatos de agressões e ameaças

As acusações se agravam com denúncias de agressões físicas contra mulheres e crianças. A associada Ziane relatou ter sido agredida e teve seu celular danificado por familiares do ex-presidente. Grazielly, outra associada, também afirma ter sido violentamente agredida por integrantes do grupo.

A associada Aldeni denunciou que ela e sua filha de quatro anos, portadora de síndrome de Down, foram agredidas durante uma assembleia. Outros casos apontam para invasões de terrenos, ameaças armadas e intimidações constantes. As associadas Evaneide e Maria da Glória relatam terem tido seus lotes invadidos e denunciam ameaças do ex-presidente Raimundo, de Lourenço e de João Waguimaker.

Segundo Maria da Glória, após uma discussão com João em um grupo de WhatsApp, ele teria ido até sua residência, numa possível tentativa de intimidação. Dias depois, desconhecidos invadiram seu lote durante a madrugada, sendo impedidos de agir pela presença de cães. Ainda de acordo com ela, Raimundo teria ameaçado publicamente incendiar sua casa com ela e seus filhos dentro. A associada teme por sua vida, pois afirma que cinco residências de outros membros já foram incendiadas.

Apelo por providências

Diante das denúncias, os associados da 3 de Julho cobram uma resposta urgente das autoridades competentes. A situação, além de gerar instabilidade na comunidade, tem provocado traumas profundos entre os membros da associação, que esperam ver garantidos seus direitos e a restauração da ordem institucional.

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