14 de maio de 2025 4:24

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‘Perda de tempo’: biomédica revela o que é melhor que caminhar 10 mil passos por dia

A meta de caminhar 10.000 passos por dia se popularizou como um símbolo de vida saudável em todo o mundo. Entretanto, a cientista biomédica Rhonda Patrick alerta que essa recomendação pode não ser a estratégia mais eficaz para melhorar os principais indicadores de saúde e ampliar a longevidade.

Por que caminhar 10.000 passos por dia é ‘perda de tempo’


Segundo a cientista, caminhar longas distâncias nem sempre proporciona benefícios significativos para a saúde metabólica e cardiovascular. Em contrapartida, exercícios mais intensos — como corrida, treino funcional ou musculação — oferecem resultados mais eficazes em menos tempo, especialmente quando o objetivo é melhorar a resistência, a composição corporal e o funcionamento do organismo como um todo.

— Acho que os 10.000 passos deveriam ser substituídos por 10 minutos de exercícios vigorosos por dia — afirmou Rhonda Patrick em entrevista ao podcast School of Greatness.

Biomédica especializada em envelhecimento saudável, Rhonda Patrick é cofundadora do FoundMyFitness Science Podcast, onde, desde 2012, produz conteúdos científicos voltados à promoção de hábitos saudáveis e longevidade. Sua trajetória acadêmica e profissional inclui um pós-doutorado no Children’s Hospital Oakland, doutorado no St. Jude Children’s Research Hospital, além de formação em bioquímica pela Universidade do Tennessee e pela UC San Diego.

Patrick defende a prática de atividades físicas que realmente aumentem a capacidade cardiorrespiratória e otimizem o metabolismo. Em entrevista ao podcast School of Greatness, ela foi direta.

— Acredito que os 10.000 passos deveriam ser substituídos por 10 minutos de exercício vigoroso por dia — ressaltou a biomédica.

Na visão da cientista, caminhar longas distâncias pode não trazer ganhos significativos nesses aspectos cruciais da saúde, especialmente quando comparado a exercícios mais intensos. Para ela, o foco deve estar na eficiência da atividade física e nos efeitos metabólicos e cardiovasculares que ela gera — e não apenas na quantidade de movimento diário.

Para sustentar sua posição, Rhonda Patrick citou um estudo que comparou os efeitos de caminhar por 30 minutos com os de realizar 10 agachamentos a cada 45 minutos ao longo de uma jornada de trabalho de oito horas. Segundo ela, a segunda opção foi mais eficaz na regulação da glicose no sangue — um marcador importante da saúde metabólica.

— Caminhar é melhor do que nada, mas não aumenta o VO₂ máximo de forma significativa — afirmou Patrick, referindo-se à medida que indica a capacidade cardiorrespiratória de uma pessoa. Essa métrica está diretamente relacionada à resistência física e à saúde do coração, e tende a melhorar com exercícios mais intensos e desafiadores.

A cientista dedicou boa parte da entrevista a explicar por que considera prioritário aumentar o VO₂ máximo — um parâmetro que mede a quantidade máxima de oxigênio que o corpo consegue utilizar durante exercícios intensos. Segundo ela, esse indicador está fortemente ligado à longevidade e à saúde geral.

Rhonda Patrick também mencionou um estudo clássico conduzido pelo cardiologista Benjamin Levine, que investigou os efeitos do repouso prolongado em jovens saudáveis.

— Após esse período, a capacidade cardiorrespiratória dos participantes despencou mais do que nos 30 anos seguintes de envelhecimento — relatou.

Esse trabalho ainda hoje é uma referência fundamental para compreender o quão rapidamente a aptidão física pode ser perdida na ausência de estímulos adequados.

Magnésio, DNA e prevenção do câncer

Além do debate sobre os 10.000 passos diários, Patrick tem destacado em diversos episódios de seu podcast a importância do magnésio na prevenção de doenças graves. Ela explicou que consumir menos de 75% da ingestão diária recomendada desse mineral está associado a um aumento de 76% no risco de câncer de pâncreas.

O magnésio desempenha um papel essencial em centenas de reações bioquímicas no organismo, incluindo a reparação do DNA e a regulação da inflamação — dois processos fundamentais na prevenção do câncer e no envelhecimento saudável. Rhonda Patrick destaca ainda mais a importância desse mineral para a saúde celular e para a prevenção de doenças.

— O magnésio é crucial para evitar danos ao DNA. Sem níveis adequados, as enzimas não conseguem reparar eficazmente as lesões causadas pelo estresse ambiental e metabólico — explicou a pesquisadora.

De acordo com Patrick, uma ingestão maior de magnésio — seja por meio da alimentação ou de suplementos — está consistentemente associada à redução da mortalidade geral e por câncer.

— O efeito protetor é claro e dependente da dose — afirmou.

Essas afirmações reforçam o magnésio como um nutriente chave não só para a saúde metabólica e cardiovascular, mas também para a longevidade e a prevenção de doenças crônicas graves, como o câncer.

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