Por Geraldo Soares
O Paris Saint-Germain é, enfim, campeão da Europa — e com um estrondo que ecoará por décadas. Em sua primeira conquista da Liga dos Campeões, o clube francês não apenas venceu: humilhou a tradicional Inter de Milão com um inesquecível 5 a 0, na noite deste sábado, na Allianz Arena. É a maior goleada da história em uma final de Champions ou da antiga Copa dos Campeões.
A noite foi do PSG, mas especialmente de Luis Enrique, o arquiteto de um plano tático perfeito. Se nos primeiros meses da temporada o time balançava e quase foi eliminado ainda na fase de grupos, o que se viu na final foi uma verdadeira obra-prima futebolística. O espanhol desmontou completamente o sistema de Simone Inzaghi, que parecia impotente à beira do campo diante da superioridade avassaladora dos parisienses.
Os gols da glória vieram em cascata. Aos 12 minutos, Hakimi abriu o placar com um chute forte cruzado. O segundo veio aos 20, com Doué, que ainda voltaria a marcar aos 63, consagrando-se como o grande executor da noite. Aos 73, foi a vez do genial Kvaratskhelia, que infernizou a defesa italiana, deixar o seu. E, aos 87, o jovem Mayulu fechou a conta com estilo, selando o massacre.
Mais que uma goleada, foi um baile em alto nível. O meio-campo de Vitinha, Fabián Ruiz e João Neves deu show de posse de bola e movimentação. Na zaga, Pacho e Marquinhos anularam Lautaro e Thuram. Pelas pontas, Hakimi e Kvaratskhelia foram incessantes. E Dembélé, em noite inspiradíssima, parecia jogar com liberdade absoluta, desmontando qualquer tentativa de marcação adversária. Candidato claro ao Bola de Ouro.
A Inter, por sua vez, mal conseguiu reagir. Encolhida, sem força para contra-atacar, limitou-se a assistir. Foi raríssimo ver um time tão tradicional e experiente ser tão amplamente dominado em uma decisão continental.
A consagração veio com olés da torcida nas arquibancadas. Os gritos ecoavam enquanto o PSG trocava passes e fazia o tempo correr rumo ao título. O clube francês, tantas vezes coadjuvante no cenário europeu mesmo com astros como Messi, Neymar e Mbappé, agora reina com um elenco mais coeso, operário e brilhante em conjunto.
Com isso, Luis Enrique entra para a eternidade, comandando a maior vitória já registrada em uma final da Champions. O PSG, por sua vez, sobe ao Olimpo do futebol europeu — e, pelo que mostrou em Munique, parece pronto para permanecer lá por muito tempo.